Teerão recusa negociações diretas com Washington e Trump ameaça com bombardeamentos

por RTP
Reuters

O presidente do Irão rejeitou este domingo negociações diretas com os Estados Unidos relativamente ao acordo nuclear. Masud Pezeshkian reiterou que Teerão continua disponível para negociações indiretas, mas avisa que Washington tem de provar que merece confiança. Por sua vez, o presidente norte-americano ameaçou bombardear o Irão, caso as negociações falhem.

"As negociações diretas com os EUA foram rejeitadas, mas o Irão sempre esteve envolvido em negociações indiretas”, disse Masud Pezeshkian num vídeo transmitido pelos meios de comunicação estatais.

“O Líder Supremo enfatizou que as negociações indiretas ainda podem continuar", acrescentou, referindo-se ao ayatollah Ali Khamenei.

“Nós não fugimos às negociações”, disse Pezeshkian, afirmando que “é o tipo de comportamento americano que vai determinar a continuação do caminho das negociações”. “Foram as violações dos acordos que causaram problemas para nós. Eles têm de provar que podem construir confiança nas suas decisões, e espero que isso aconteça”, asseverou. Desde o regresso à Casa Branca, Trump tem apelado a negociações com Teerão e enviou mesmo uma carta a exortá-lo, mas, ao mesmo tempo, retomou a chamada política de “pressão máxima” contra o Irão para cortar as vendas de petróleo iraniano e emitiu ameaças militares.

Donald Trump reiterou as ameaças este domingo, prevendo bombardeamentos e tarifas secundárias se Teerão não chegar a acordo com Washington sobre o seu programa nuclear.

"Se não fizerem um acordo, haverá bombardeamentos", disse Trump numa entrevista à NBC, antevendo “bombardeamentos como nunca viram antes".

"Há uma hipótese de que, se não fizerem um acordo, eu lhes imponha tarifas secundárias, como fiz há quatro anos", acrescentou.

O presidente norte-americano já tinha avisado na sexta-feira que “as coisas vão piorar” para o Irão na ausência de um acordo. Teerão, por sua vez, tem reiterado a sua política de não se envolver em negociações diretas com os Estados Unidos enquanto estiver sob a sua campanha de pressão máxima e ameaças militares.

No seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, Trump retirou os EUA de um acordo de 2015 entre o Irão e as potências mundiais que limitava o programa nuclear de Teerão em troca do alívio das sanções económicas.


Desde então, a República Islâmica ultrapassou largamente os limites acordados no seu programa de enriquecimento de urânio e Trump restabeleceu as sanções.

c/ agências
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